Natalie No Natal passado, o interesse imobiliário nas aldeias abandonadas da Espanha à venda atingiu o pico quando a atriz Gwyneth Paltrow sugeriu que seriam um presente ideal. Estimativas mostram que 3000 cidades fantasmas, como os moradores locais as chamam, permanecem adormecidas em todo o país.
Os preços iniciais são iguais aos de um carro de luxo, o que torna esta uma ideia tentadora para muitos. No entanto, um artigo recente da Reuters sugere que quando as pessoas passam do entusiasmo para os aspectos práticos, o interesse diminui e, juntamente com isso, as discussões sobre o declínio demográfico e as políticas económicas são responsabilizadas pelo seu declínio.
Aldeias Abandonadas da Espanha
No artigo intitulado “A corrida para reviver as aldeias fantasmas moribundas da Espanha”, Paul Soto, especialista em desenvolvimento rural, diz…
“Há uma grande discussão Espanha sobre o despovoamento rural neste momento.”
Ele culpa a crescente urbanização que começou durante as décadas de 60 e 70, quando os jovens que lutavam para encontrar trabalho se mudaram para cidades maiores. É uma história familiar que acontece em muitos países ao redor do mundo, mas ele diz que o problema da Espanha é alimentado pelo esforço do governo para promover turismo e imobiliário em resorts costeiros, portanto, eles ignoraram as áreas do interior.
Há também um equilíbrio entre oferta e demanda. Os compradores estrangeiros de casas preferem resorts costeiros com todas as instalações e comodidades sociais à sua porta.
Os retiros rurais são muitas vezes isolados e os proprietários de casas precisam ser proprietários de automóveis para obter suprimentos essenciais para o dia a dia. Necessidades modernas como a Internet também são questionáveis, em áreas onde a população escassa limita a praticidade da instalação.
Os custos económicos também precisam de ser tidos em conta. Embora os compradores possam adquirir uma aldeia inteira por quase nada, as casas precisam urgentemente de reparação e renovação. A demografia mais jovem não tem fundos ilimitados. Conseqüentemente, o pool de compras é ainda mais diluído.
Ao revelar os enormes dilemas que estas comunidades enfrentam, Paul Soto sugeriu alternativas como grandes projectos habitacionais ou residências comerciais onde os proprietários de empresas beneficiariam de custos de funcionamento mais baixos.
A Reuters pediu comentários ao governo espanhol e Ignacio Molina de la Torre, diretor da Comissão para o Desafio Demográfico respondeu…
O despovoamento é “um dos processos demográficos e territoriais mais complexos que afectam Espanha e requer uma acção mais decisiva. O governo reconhece a necessidade de transformar as zonas rurais em espaços de oportunidades” que aproveitem os recursos locais.
Entretanto, projetos como “Aldeias Vivas” e “Novos Caminhos” oferecem ajuda e orientação gratuitas a qualquer pessoa que considere investir em retiros rurais. Embora sejam uma fonte valiosa, não resolvem, no entanto, a falta de interesse e incentivos para as pessoas se mudarem para as aldeias abandonadas de Espanha.
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